degrau
por
degrau,
sendo tolerante com o espanto (coitados!) dos pobres familiares, que cobrem a boca com a mão enquanto secomprimemaopédaescada. Passe por eles calado,
pela
circule
casa
toda
como se andasse numa praia deserta (mas sempre com a mesma cara de louco ainda não precipitado) e se achegue depois,
c o m c u i d a d o e t e r n u r a,
junto à rede languidamente envergada entre plantas lá no terraço. Largue-se nela como quem se larga na vida, e
vá
ao
f
u
n
d
o
nesse
mergulho:
cerre as abas da rede sobre os olhos e, com um impulso do pé (já não importa em que apoio), goze a fantasia de
se sentir
mundo.
embalado pelo
Raduan Nassar
"Aí pelas três da tarde" (1972)
in Menina a Caminho, 1994
Orleyd Faya
Diretora do Núcleo MOTIN
Colaboração de Madeleine Alves
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