28/08/2010

O mal-estar e a pós-modernidade

Por Bauman

"Todo tipo de ordem social produz determinadas fantasias dos perigos que lhe ameaçam a identidade. Cada sociedade, porém, gera fantasias elaboradas segundo sua própria medida – segundo a medida do tipo de ordem social que se esforça em ser."

"A sociedade que obtém padrões de comportamento para uma ordem mais estável daqueles seus integrantes que se viram expulsos, ou estão prestes a ser expulsos, de suas posições de produtores, e definidos em vez disso, primordialmente, como consumidores, desencoraja a fundamentação da esperança em ações coletivas. (...) Ao contrário do processo produtivo, o consumo é uma atividade individual. Ele também coloca os indivíduos em campos opostos, em que freqüentemente se atacam."

"Os ‘demônios interiores’ desse tipo de sociedade nascem dos poderes de sedução do mercado consumidor."

"De todos os lugares, por intermédio de todos os meios de comunicação, a mensagem surge forte e clara: não existem modelos, exceto os de apoderar-se de mais, e não existem normas, exceto o imperativo de ‘saber aproveitar as cartas de que se dispõe’. (...) Os jogadores incapazes e indolentes devem ser mantidos fora do jogo. Eles são o refugo do jogo, mas um produto que o jogo não pode parar de sedimentar sem emperrar. Além disso, há outra razão por que o jogo não se beneficiaria em deter a produção de refugo: é necessário mostrar aos que permanecem no jogo as horripilantes cenas (como se lhes diz) da outra única alternativa – a fim de que estejam aptos e dispostos a suportar as agruras e tensões geradas pela vida vivida como jogo.
‘Os excluídos do jogo’ (os consumidores falhos- os consumidores insatisfatórios, aqueles cujos meios não estão à altura dos desejos, e aqueles que recusaram a oportunidade de vencer enquanto participavam do jogo de acordo com as regras oficiais) são exatamente a encarnação dos ‘demônios interiores’ peculiares à vida do consumidor. Seu isolamento em guetos e sua incriminação, a severidade dos padecimentos que lhe são aplicados, a crueldade do destino que lhes é imposto, são – metaforicamente falando – todas as maneiras de exorcizar tais demônios interiores e queimá-los em efígie. As margens incriminadas servem de esgotos para onde os eflúvios inevitáveis, mas excessivos e venenosos, da sedução consumista são canalizados, de modo que as pessoas que conseguem permanecer no jogo do consumismo não se preocupem com o estado da própria saúde"


Contribuição de Gisele Jorgetti

27/08/2010

"O Futuro do Mundo do Homem"

Por J.L. MORENO

“Mas a invenção da bomba nos deu uma excelente lição de quão loucas são as guerras entre os homens e quão instável e insegura é a base de todas as existências humanas. Precisamos uns dos outros, mas continuamos a nos combater uns aos outros.”

“Um sistema da sociedade deve ser realizado para que todas as pessoas lhe pertençam espontaneamente, não apenas ‘por consentimento’, mas como ‘iniciadores’; sem exceção, não 99,9%, mas literalmente e numericamente todas as pessoas vivas.”

Colaboração de Gisele Jorgetti