30/03/2009

O Olhar Encena [2]

Pesam-me as pálpebras


nos pés arrastados.

Quisera dormir


porque ando.

Tenho a boca fechada


como se fosse


para os beiços se pegarem.

Uma ou outra pessoa


olha-me


como se me conhecesse

e me estranhasse.


Sinto que os olho também


com órbitas sentidas


sob pálpebras que as roçam,

e não quero saber


de haver






mundo.






Bernardo Soares


Orleyd Faya
Diretora do Núcleo MOTIN

Colaboração de Madeleine Alves

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