21/03/2009

Algumas frases que nos fazem pensar em teatro

Lembrando o “Dia Internacional do Teatro”, convém ler e refletir a respeito das coisas que alguns daqueles que dedicaram sua vida a este ofício tiveram a dizer de notável sobre ele. Nossa reverência a todos eles, e ainda mais a tantos outros que certamente terão dito outras palavras igualmente importantes que jamais foram registradas, de forma que nós também jamais chegaremos a bebê-las.

“(...) o dinheiro nos abandona. O cinema toma a dianteira, é mais forte que todos os pavilhões de isolamento: a tela cai e esconde o nosso palco. Nosso público está frouxo e a crítica neurastênica (...) a tempestade ainda paira sobre nossas cabeças, e nós continuamos a cantar em nosso navio que naufraga. Os ratos deixaram este navio, o mais depressa possível.Vamos pendurar nossas camisas nos mastros, para que o vento encontre alguma coisa. E não nos deixemos cair no desespero. Não é o fim do mundo, meus amigos”. (Bertold Brecht, teatrólogo alemão, provavelmente no ano de1924).

“Necessitamos da magia, mas a confundimos com o truque e misturamos desesperadamente amor com sexo, beleza com esteticismo”. (Peter Brook).

“Eu sei de mim muito pouco. Mal me vejo e quase nem me reconheço. Em que atalho do caminho me perdi? Por que minha consciência está entorpecida? Por que só raras vezes a velha chama me brota no peito? Eu me abro com todos. Se eu não for sincero, estou para sempre perdido”. (Plínio Marcos, dramaturgo brasileiro).

“Quando a floresta suavemente agitada pela brisa atrair os olhares de Siegfried, nós, os espectadores, olharemos para Siegfried banhado de luz e de sombras em movimento, e não mais para pequenos trapos recortados e mexidos através de barbantes”. (Adolph Appia)

“O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda”. (Nélson Rodrigues, dramaturgo brasileiro).

“Para mim, a questão básica do teatro é fazer compreender a atualidade de uma pessoa. No cinema ou na televisão, as pessoas estão retratadas, representadas; mas no teatro, a pessoa está realmente ali, presente fisicamente no momento. Por isso, o maior interesse do teatro é achar o modo de descobrir a essência atual da pessoa num espaço, a pessoa-ator e a pessoa espectador”. (Joseph Chaikin, fundador do “Open Theater” – década de 1960, nos EUA).

“O surreal está fortemente ligado a nossas mãos, a nossa conversa diária”. (Ionesco, dramaturgo do mais comumente chamado “Teatro do Absurdo”).

“Essas obras me fascinam, porque nos proporcionam a possibilidade de um confronto sincero, um confronto brutal e repentino, entre, por um lado, as crenças e experiências da vida das gerações que nos precederam e, por outro, as nossas próprias experiências e preconceitos”. (J. Grotowski, em “Em Busca de um Teatro Pobre”).

“Todo o humano é confuso.” (Fernando Arrabal, fundador do “Teatro Pânico”).

“A arte é um pouco mais dilatada que a vida, é uma exaltação da vida, para isso é necessário um toque de loucura.” ( Sir Laurence Olivier, ator)

“Eu, Antonin Artaud, sou inimigo do teatro. Sempre fui. Na proporção em que amo o teatro, nessa proporção, por essa razão, sou seu inimigo”. (Antonin Artaud, fundador do “Teatro da Crueldade”).


Orleyd Faya
DIRETORA DO NÚCLEO MOTIN

Nenhum comentário: