SOLIDÃO E TEMPESTADE
“ Ó mar, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzamos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
"Mar Português" - Fernando Pessoa
26/06/2009
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Um comentário:
De Fernando Pessoa ao olhar: reter-se-a de encanto. Faz em sua luz poética o rutilar do século XX. Empenha mais à cartografia poética de seu tempo, e ao entanto de suas caricaturas.
Produziu oo diametro continuo da versificação com olhos retidos de modernidade, sem perder o clássico.
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