10/07/2009

SOLIDÃO

NO PÍER DE SAN BLÁS
(Música do grupo Maná traduzida e adaptada por Madeleine Alves)

Ela se despediu de seu amor
Ele partiu em um barco no cais de San Blás
Ele jurou que voltaria
e mergulhada em prantos ela jurou que esperaria.
Mil luas se passaram
e ela sempre estava no píer, esperando
Muitas tardes se anelaram
em seus cabelos
e em seus lábios
Usava o mesmo vestido
caso ele voltasse, não se equivocaria
os caranguejos mordiam
sua roupa, sua tristeza, e sua ilusão
mas o tempo se escorreu
e seus olhos se encheram de amanheceres
e pelo mar se apaixonou
e seu corpo se enraizou no píer
Sozinha
só no esquecimento
Sozinha
Só com seu espírito
Sozinha
Só com seu amor, o mar
Sozinha
no píer de San Blás
Seu cabelo embranqueceu
mas nenhum barco o seu amor devolvia
e no povoado a chamavam
a louca do píer de San Blás
Em uma tarde de abril
Tentaram levá-la ao manicômio
Ninguém conseguiu arrancá-la
E do mar jamais a separaram
Sozinha
só no esquecimento
Sozinha
Só com seu espírito
Sozinha
Só com seu amor, o mar
Sozinha
no píer de San Blás

Um comentário:

Marcelo Portuaria disse...

Tal epigrama, faz-me lembrar o épico: Tereza Batista Cansada de Guerra de Jorge Amado. Então, o momento qual, Tereza espera seu amado chegar na beira do mar, em sua caravela em um Porto da Bahia.