03/06/2010

Tem início os trabalhos de "Joanas de João"

No princípio de tudo, a sociedade era regida por princípios Matriarcais. Foi um período marcado pelo arquétipo da “Grande Mãe”, quando o “Feminino” ocupava uma posição de destaque.
A seguir, houve uma grande transformação, e as “Divindades Masculinas” passaram ao lugar hegemônico, dando início ao “Patriarcado”.
Com o advento do Cristianismo, os valores patriarcais assumiram em definitivo o comando social. A partir de então – e progressivamente – o universo “Feminino” foi rejeitado e expurgado do seio das comunidades.
Observa-se em nossa sociedade patriarcal um dinamismo marcado pela valorização exacerbada dos aspectos ligados ao “Masculino” (a objetividade, a percepção, o pensamento, a iniciativa e a luta heróica) em detrimento dos valores “Femininos” (a intuição, o sentimento, a sensibilidade, a criatividade, a receptividade e o esforço paciente).
Como decorrência, vemos a mulher ocidental acabar por assimilar características que escapam à sua essência mais profunda, numa tentativa de se readaptar ao mundo do homem, incorporando seus valores.
As “Deusas” foram renegadas ao porão da vida. Os valores da “Grande Mãe” foram caçados como fossem bruxas que, depois de queimadas, tiveram suas cinzas sopradas ao vento.
Em nossa tradição social judaico-cristã, o exercício e a implantação do domínio patriarcal dá-se, via de regra, através de mecanismos repressivos, à custa de um sofrimento capaz de mutilar a personalidade integral do indivíduo.
Assim, a marca de nossa sociedade é a perda de seu próprio significado. Vivemos uma crise ética sem precedentes, mergulhados que estamos numa cultura desagregadora, excludente e que privilegia a inexistência de vínculos interpessoais.
O individualismo é valorizado na mesma proporção que o imediato e o descartável. Enfim, vivemos uma cultura que celebra a ausência de sentido, o vazio, o temor, a violência e a destruição. Uma sociedade em que perderam o valor a confiança, a esperança, as noções de justiça e a paz.
Nestes tempos sombrios, todos somos vítimas do desequilíbrio que se estabeleceu entre os valores “Femininos” e os “Masculinos”, com a supremacia absoluta destes últimos. Este fato se reflete no caos social e econômico, na devastação da Natureza e nas guerras.
O sujeito contemporâneo vê-se, portanto, confrontado com um enorme desafio: sair em busca de um sentido que seja capaz de preencher seu vazio de identidade e de identificações.
Sair em busca do “Feminino” banido talvez seja, para a humanidade contemporânea, uma derradeira tentativa de sobreviver.

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Orleyd Faya
Diretora do Núcleo MOTIN
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Ritmos e efeitos para a comunicação com o público e para envolvê-lo no enredo e na proposta do espetáculo
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Roberta Viana
Direção Musical
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Três vertentes estão envolvidas no método de trabalho corporal do MOTIN: a pré- expressividade; a coleta de vocabulário corporal individual e a construção da dramaturgia corporal do ator em cena.
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Gisele Jorgetti
Direção Corporal

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Ensaios de "Joanas de João" - maio de 2010 Local: Espaço 2 de Artes - Sala Linneu Dias - São Paulo. Responsáveis: Orleyd Faya, Gisele Jorgetti, Orlando Faya e Roberta Viana. Produção Geral: Magali Romano Participantes: Alaissa Rodrigues, Bruno Cesar Barbosa, Fernanda Torate, Janete Menezes Rodrigues, Leonardo Fábri, Luciene Óca, Marcus Sioffi, Miriam Oliveira, Natalia Kesper, Talita Kissmann e Uanderson Melo.

3 comentários:

Marcus Sioffi disse...

Muito 10

Uan disse...

Redondo.

edson marques disse...

Parabéns pelo blog!


Que bom que você gostou do meu poema Mude!

Atribuição de autoria erradamente a Clarice LIspector é bastante comum na internet. Compreendo. Mas o autor sou eu. Livro MUDE publicado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra, pode ser encontrado em quase todas as grandes livrarias.

Detalhes no meu blog Mude.blogspot.com

Abraços,